Livro de Pantuns
Um manuscrito asiático com 300 anos, contendo uma coleção de poemas em malaio e crioulo malaio-português, foi recentemente encontrado no Museu Nacional de Arqueologia, de Lisboa, acaba de ser pela primeira vez publicado em edição integral pela Imprensa Nacional. A edição é constituída por uma reprodução fac-similada do manuscrito, acompanhada de edição diplomática, tradução em três línguas, estudos históricos, literários e linguísticos e notas de comentário ao texto do manuscrito.
A edição foi levada a cabo por uma equipa internacional de especialistas de línguas e culturas do Sueste Asiático, coordenada pelos professores Ivo Castro e Hugo Cardoso, do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, e formada ainda pelo professor australiano Alan Baxter e pelos professores neerlandeses Alexander Adelaar e Gijs Koster. Os trabalhos da equipa decorreram entre 2019 e 2022.
A existência do manuscrito era conhecida desde o século xıx, tendo sido mencionado por vários autores, mas nunca fora antes descrito, publicado ou interpretado. Tido por desaparecido no último século, foi redescoberto e identificado entre documentos do legado de Leite de Vasconcelos, do Museu Nacional de Arqueologia.
Não se sabe onde, nem quando, nem por quem foi feito o manuscrito. Contudo, os estudos já realizados sugerem uma origem na ilha de Java, talvez na cidade que hoje é Jacarta, entre finais do século xvıı e inícios do século xvııı, quando aquela região se achava sob domínio neerlandês.
O conteúdo do manuscrito é uma coleção de pantuns, típica forma poética do Sueste Asiático, cujos temas dominantes são o amor, a guerra, aspetos da vida quotidiana, etc. Os textos aparentam ser transcrições de cantigas que eram transmitidas oralmente. Como têm a particularidade de ser escritas em duas línguas — o malaio e um crioulo malaio-português —, as cantigas circulariam numa comunidade bilingue em que perdurava não só esse crioulo, mas também outros vestígios da presença cultural portuguesa disseminada por aquelas paragens. Estas sugestões são consistentes com a realidade social da região no período em causa.
A edição foi levada a cabo por uma equipa internacional de especialistas de línguas e culturas do Sueste Asiático, coordenada pelos professores Ivo Castro e Hugo Cardoso, do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, e formada ainda pelo professor australiano Alan Baxter e pelos professores neerlandeses Alexander Adelaar e Gijs Koster. Os trabalhos da equipa decorreram entre 2019 e 2022.
A existência do manuscrito era conhecida desde o século xıx, tendo sido mencionado por vários autores, mas nunca fora antes descrito, publicado ou interpretado. Tido por desaparecido no último século, foi redescoberto e identificado entre documentos do legado de Leite de Vasconcelos, do Museu Nacional de Arqueologia.
Não se sabe onde, nem quando, nem por quem foi feito o manuscrito. Contudo, os estudos já realizados sugerem uma origem na ilha de Java, talvez na cidade que hoje é Jacarta, entre finais do século xvıı e inícios do século xvııı, quando aquela região se achava sob domínio neerlandês.
O conteúdo do manuscrito é uma coleção de pantuns, típica forma poética do Sueste Asiático, cujos temas dominantes são o amor, a guerra, aspetos da vida quotidiana, etc. Os textos aparentam ser transcrições de cantigas que eram transmitidas oralmente. Como têm a particularidade de ser escritas em duas línguas — o malaio e um crioulo malaio-português —, as cantigas circulariam numa comunidade bilingue em que perdurava não só esse crioulo, mas também outros vestígios da presença cultural portuguesa disseminada por aquelas paragens. Estas sugestões são consistentes com a realidade social da região no período em causa.
Editora
Imprensa Nacional
ISBN
9789722729079
Publicado
1 Jan 2022 – 30 Nov 2022
Especialização
Ciências Sociais
Tema
Arqueologia
Linguística
Região
Indonésia